segunda-feira, 22 de julho de 2013

Logística para agregar valor


Governador Antônio Anastasia participa do projeto Rotas para o Futuro, da Fiemg, e anuncia investimentos

Lecanovo Fotografia


Logística e infraestrutura foram os temas destacados durante a participação do governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, no projeto Rotas para o Futuro, realizado pela Fiemg. Junto de empresários e representantes políticos locais, ele esteve em Uberlândia, nesta sexta-feira, 19 de julho, para debater os rumos da economia da região. Recebido pelos presidentes da Federação, Olavo Machado Jr e da Regional da entidade no Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, o líder do executivo mineiro anunciou investimentos de R$ 114 milhões para pavimentação de 72 de quilômetros de rodovias e construção de pontes.

Os investimentos anunciados pelo governador durante o evento da Fiemg serão para a conclusão do Contorno Sul de Uberlândia (ligação entre BR-050 e as BRs 497 e 365, com interseção com a MGC-455), onde 19 quilômetros de estrada ganharão pavimentação. O custo será de R$ 38,4 mi. A segunda obra é o asfaltamento de 53 quilômetros de trecho da rodovia MGC-455, que liga Uberlândia a Campo Florido. Nela, o total investido será de R$ 71,7 mi.

Logística e infraestrutura estão na pauta dos empresários da indústria de todo o Triângulo Mineiro. Para o presidente da Fiemg, Olavo Machado Jr., a região é um dos mais importantes polos de distribuição de produtos do Brasil. “Precisamos transportar e escoar o que fabricamos aqui. Hoje, vemos circular muitos produtos de outros estados que poderiam ser da nossa indústria, com agregação de valor e geração de riquezas para os mineiros”, pontuou.

O presidente da Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, afirmou que é preciso ainda mais investimentos em logística e infraestrutura. “Uberlândia recebe o título de capital da logística por sua posição estratégica, mas pouco faz para aproveitá-lo”, comenta. Ele cita a necessidade de transformar o Entreposto da Zona de Franca de Manaus instalado no município em um fator gerador de negócios para a indústria mineira. “Entregamos proposta para o Governo de Minas para que os nossos produtos sejam levados para o Amazonas com diferimento de impostos. Assim como fazemos com os de lá que armazenamos aqui e escoamos para todo o país”, explica.

Gasoduto e planta de amônia da Petrobras

A construção de um gasoduto do interior de São Paulo ao Triângulo Mineiro foi debatida no evento do projeto Rotas para o Futuro. Infraestrutura necessária para a implantação da planta de produção de amônia – utilizada como fertilizante – da Petrobras em Uberaba, ele não sai do papel por causa de um imbróglio burocrático.

Cemig, Gasmig, Petrobras e Governo de Minas entendem que deve ser construído um gasoduto de distribuição, e já contam com capital de mais de R$ 500 mi garantidos para a obra. A Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), no entanto emitiu um parecer dizendo que é obrigatório a construção de um duto de transporte. O impasse, que precisa ser resolvido pela Advocacia Geral da União (AGU) impede a concretização do investimento, que viabilizará a instalação da fábrica de amônia. “Não importa ser de transporte ou de distribuição. Importa que ele exista”, desabafou Lacerda.

Anastasia afirmou que recebeu, em maio, informação da presidenta da República, Dilma Rousseff, de que um parecer da AGU sobre o caso estava dependendo de pequenas definições para ser emitido.


Panorama da economia mineira

Em sua palestra ao empresariado do Vale do Paranaíba e do Triângulo Mineiro, Anastasia apresentou um panorama da economia mineira. Ele mostrou dados sobre o desempenho do estado a partir do equilíbrio fiscal atingindo em 2004, ainda na gestão do ex-governador Aécio Neves. O quadro otimista exposto foi pintado com dados sobre PIB, finanças públicas, trabalho e emprego, educação, infraestrutura, comércio exterior, segurança e redução de desigualdades regionais e sociais.

Para Anastasia, o “déficit zero” abriu espaço para mais investimentos em áreas que considera prioritárias – saúde (294% de aumento de 2002 a 2012), educação (186%) e segurança (259%). “Eles saltaram de R$ 775 milhões para R$ 3,2 bilhões”, contou.

Os dados da indústria apresentados mostram o desempenho do estado, superior à média nacional. De 2002 a 2010, a participação do setor no valor adicionado à economia mineira cresceu cinco pontos percentuais (p.p.), saltando de 28,6% para 33,6%. No Brasil houve queda de oito p.p.

Rotas para o Futuro

O projeto Rotas para o Futuro percorre as regionais da Fiemg. Por meio de simpósios e seminários, são colocados em pauta temas relevantes e sintonizados com empresários e autoridades locais, visando à elaboração e implantação de ações essenciais para a região.

Este é o terceiro ano de realização do projeto. O Rotas para o Futuro aconteceu pela primeira vez em 2011, com o objetivo de verificar e estudar de forma mais profunda os gargalos para o crescimento de cada região de Minas Gerais.


A iniciativa é uma parceria entre a Fiemg, Fundação João Pinheiro, Sebrae-MG e VB Comunicação. Além de lideranças empresariais e políticas locais, o evento reúne ainda dirigentes sindicais e formadores de opinião.

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