Se agosto é conhecido como mês do mau agouro, a verdade é que a indústria mineira não tem do que se queixar. A pesquisa de Indicadores Industriais da Fiemg, divulgada nesta quinta-feira (7), apontou um crescimento de 2,01% (desconsiderando os efeitos sazonais) no faturamento real das empresas na comparação com o mês de julho. Os setores que mais contribuíram para o desempenho foram os de Artigos do Vestuário e Acessórios (60,10%), Máquinas, Aparelhos e Materiais Elétricos (16,80%) e Couro e Calçados (6,87%).
Os resultados do mês de agosto também são positivos na comparação com o mesmo período do ano anterior, com aumento de 15,14% no faturamento e de 11,06% na taxa de emprego. No acumulado do ano, na avaliação comparativa com 2009 (jan-ago), observa-se uma recuperação do setor industrial a patamares similares aos do final de 2007 e início de 2008.
O ritmo de crescimento, entretanto, vem sofrendo uma redução mês a mês. Segundo o presidente do Conselho de Política Econômica e Industrial da Fiemg, Lincoln Gonçalves, essa acomodação é natural. "O país cresceu de forma muito acelerada no primeiro semestre, por isso, a tendência é de desaceleração gradual nos próximos meses", explicou. "Além disso, estamos entrando em um período com base de comparação mais forte, já que a economia nacional começou a dar sinais de recuperação da crise a partir de agosto de 2009".
Mesmo que o ritmo tenha diminuído, a economia mineira continua apresentando resultados superiores à média nacional. No acumulado do ano, por exemplo, a variação da taxa de emprego em Minas chegou a 10,89%, enquanto no país não chegou à metade desse crescimento, ficando em 5,1%.
Confiança em alta
Além dos indicadores industriais, foram divulgados também os dados relativos ao índice de confiança dos empresários industriais de Minas Gerais. O mês de setembro apresentou elevação pelo segundo mês consecutivo, após cinco meses de queda. O índice atingiu 64 pontos, valor 3,7 pontos acima da média histórica, o que demonstra um período de otimismo no setor industrial. "Passado o período eleitoral, a expectativa é que os investimentos venham de forma expressiva, com expansões, atualização de equipamentos e criação de novas plantas", salientou Gonçalves.
Números do Triângulo
Em agosto, houve retração nos indicadores de faturamento, emprego e horas trabalhadas na
produção. A queda nas vendas ocorreu devido à diminuição nas exportações. O decréscimo no
emprego industrial afetou negativamente as horas trabalhadas. Apenas a massa salarial e a utilização da capacidade instalada registraram aumento.
Em agosto, o faturamento reduziu 1,91%, na comparação com julho. Em relação a agosto do
ano passado, houve incremento de 3,57% nas vendas reais. Entre janeiro e agosto de 2010, contra igual período do ano anterior, foi registrada queda de 2,45% na variável.
As horas trabalhadas na produção diminuíram 6,27% em agosto, contra julho. Tomando como
base o mesmo mês de 2009, houve aumento de 1,09% no indicador. No acumulado até agosto
de 2010, as horas trabalhadas cresceram 0,35%, quando comparadas ao mesmo período do ano passado.
O emprego mostrou decréscimo de 1,68% em agosto, em relação a julho. Comparativamente
ao mesmo mês do ano anterior, a variável registrou retração de 2,29%. Entre janeiro e agosto
de 2010, diante dos mesmos meses de 2009, o emprego industrial apresentou queda de 2,42%.
Em agosto, a massa salarial real mostrou expansão de 3,63%, ante julho. Frente ao mesmo mês do ano passado, houve aumento de 10,57%. No acumulado até agosto de 2010, as remunerações pagas cresceram 0,11% diante de igual período do ano anterior.
O nível de utilização da capacidade instalada no mês de agosto foi de 91,44%, 11,04 pontos percentuais (p.p.) acima do registrado em julho (80,40%). Na comparação com agosto de 2009
(85,19%) a elevação foi de 6,25 p.p. na variável. O NUCI médio entre janeiro e agosto de 2010
foi de 84,35%, enquanto no mesmo período de 2009 foi de 80,71%.
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