quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Presidente da Fiemg Regional fala sobre o plano Brasil Maior

Mesmo acreditando que a indústria ainda necessita de ajuda, Pedro Lacerda aprova a iniciativa do governo

Um novo passo foi dado para a melhoria da indústria brasileira. O governo federal anunciou, ontem (2), o Plano Brasil Maior, que apresenta compensações efetivas para o setor contra a valorização do real frente ao dólar, o que afeta diretamente a competição das indústrias nacionais no exterior.

Segundo o site www.brasilmaior.mdic.gov.br, o novo plano inclui a devolução de impostos e financiamento a exportadores, desoneração de folha de pagamento para setores intensivos em mão de obra e política tributária especial para montadoras. Uma das medidas incluídas na nova política industrial reduz a zero a alíquota previdenciária de 20% de setores sensíveis ao câmbio e à concorrência internacional, e intensivos em mão de obra. Dentre os setores destacados estão confecções, calçados, móveis e softwares.

O presidente da Fiemg Regional Vale do Paranaíba, Pedro Lacerda, acredita que chegou o momento da indústria ser ouvida. “A medida veio em uma hora importante em função do real estar super valorizado e o dólar em baixa. O Brasil tem que realmente reagir porque afinal estamos perdendo competitividade. Creio ser uma medida tímida, pois poderia ter mais setores contemplados, mas já é um começo e um grande passo para que tenhamos uma política industrial focada no mercado externo”, enfatizou Lacerda.

Mais pontos do plano

Outro favorecimento é a linha de crédito de R$2 bilhões para ampliar a carteira de inovação, oferecida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Além da desoneração tributária prevista pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) com as novas medidas é de cerca de R$ 25 bilhões em dois anos, e a elevação da taxa de investimento sobre o Produto Interno Bruto (PIB) de 18,4% em 2010 para 22,4% até 2014 e redução do déficit de manufaturados na balança comercial de 2,4% para 1,3% do PIB.

Para o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Andrade, o “Brasil Maior” é apenas um ponta pé inicial e defendeu que são necessárias outras medidas, como a especialização dos portos por produtos e a possibilidade de laboratórios privados também certificarem produtos importados, função restrita pelo plano ao Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). “Para o setor de confecções, por exemplo, que perde negócios com o governo por diferenças de até 10%, é muito positivo. O plano é importante, mas não será capaz de tirar a indústria do sufoco, porque persistem problemas a serem sanados, como o câmbio, os juros altos e a elevada carga tributária”, afirmou Andrade, que disse ainda que a CNI irá monitorar os resultados e auxiliar o governo no plano.

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